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Servidor Público

"Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos. Bem-aventurados os que padecem perseguição por amor da justiça, porque deles é o Reino dos Céus. Bem-aventurados são, quando vos injuriarem, e vos perseguirem, e disserem todo o mal contra vós, mentindo, por meu respeito. Folgai e exultai, porque o vosso galardão é copioso nos céus; pois assim também perseguiram os profetas, que foram antes de vós". (Mateus, V: 6, 10-12)

Para aqueles que me perseguem profissional e pessoalmente, digo-lhes:

“Na escola de guerra da vida, o que não me mata, me fortalece.” (Nietzsche)

“São os nossos inimigos que nos ensinam as mais valiosas lições de vida.”(Provérbio Chinês)


O BAJULADOR


"Um dia um corvo estava pousado no galho de uma árvore com um pedaço de queijo no bico quando passou uma raposa. 

Vendo o corvo com o queijo, a raposa logo começou a matutar um jeito de se apoderar do queijo. Com esta idéia na cabeça, foi para debaixo da árvore, olhou para cima e disse: 

-Que pássaro magnífico avisto nessa árvore! Que beleza estonteante! Que cores maravilhosas! Será que ele tem uma voz suave para combinar com tanta beleza! Se tiver, não há dúvida de que deve ser proclamado rei dos pássaros.

Ouvindo aquilo o corvo ficou que era pura vaidade. Para mostrar à raposa que sabia cantar, abriu o bico e soltou um sonoro "Cróóó!"

O queijo veio abaixo, claro, e a raposa abocanhou ligeiro aquela delícia, dizendo:
-Olhe, meu senhor, estou vendo que voz o senhor tem. O que não tem é inteligência!"

(Do livro: Fábulas de Esopo - Companhia das Letrinhas)


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"Ele não é o chato, mas tem um perfil irmão gêmeo do chato, tem o nome científico de 'bajulatorius hominis', raiz latina para denominar o também conhecido vulgarmente por bajulador.


O bajulador é um hermafrodita, um assexuado político, o seu prazer, o seu orgasmo é puxar saco, adular.

Vive em permanente estado de rastejamento, mas em hipótese alguma utiliza o desconfiômetro. Você nunca encontrará um bajulador com opinião, pois o seu cérebro apresenta 99% de seu espaço ocupado não por neurônios, mas sim com uma composição orgânica gelatinosa por mim denominada de 'cerebrus vulgaris ventoso'.

Em situações de conflitos, o bajulador dá razão para todo mundo; entre opinar e se suicidar, o bajulador opta pelo suicídio.

Época de campanha política é um terreno fértil para a bajulação. Tem bajulador com surtos de baba tal qual uma vaca com aftosa quando ouve um discurso político.

Em tempos de crise econômica, avulta o bajulador, pois nunca o emprego valeu tanto e, como é fácil perdê-lo, por um momento de raiva, de ira, quando você gostaria de dar um tabefe no seu superior e pensa dez vezes antes de tomar aquela decisão que pode colocar a corda no pescoço, ou melhor, ser despedido do trabalho. (...)

Difícil também é suportar a ira dos patrões nesses tempos em que o caixa está sempre no vermelho. Nessas horas vê-se o quanto o bajulador precisa rastejar para extrair um sorriso do patrão.

O bajulado tem seu ego sempre massageado, enquanto que o bajulador tem a sua auto-estima a um palmo daquele lugar. Mais uma vez a relação capital e trabalho se manifesta, portanto deve-se rezar todos os dias um Pai Nosso e um Ato de Contrição a essa categoria que nunca pode ter opinião, que não exercita a massa cinzenta, tudo para não desagradar seu superior."

(Crônica de Diogo Guerra - JornalContexto.com.br)

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DEPOIMENTOS

Maquiavel(1) dizia: "Fuja dos bajuladores, pois eles são como o carvão: apagado suja, aceso queima!" 

Plutarco (2), dizia que "o amigo é aquele que nem sempre aprova tudo que fazemos, o bajulador é aquele que sempre simula sua mudança de opinião, demonstrando com extrema clareza que suas opiniões são volúveis e interesseiras".

Alan Brizotti (3) assevera que "o bajulador projeta conquistas à base de elogios e cinismo. Ele sabe que de outra forma jamais teria sucesso, pois é incompetente, fraco, apela ao sentimentalismo porque sabe que não possui o caráter necessário para o confronto. Ele aplaude os erros de seu alvo, assina todas as promissórias da culpa, é o perfeito "laranja", o testa-de-ferro, o puxa-saco, o filhote do trono". 

Silvia Meister (4) desabafa: "na minha ótica, todo o bajulador é vagabundo, pois se realmente trabalhasse, não teria tempo de ficar pendurado na genitália de ninguém. O bajulado, também é um tipo estragado. No momento em que aceita ser bajulado, está passando seu atestado de incompetência."

Caro Leitor, tire suas próprias conclusões, MAS FUJA DOS BAJULADORES!!

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(1) (Florença, 1469/1527). Historiador, poeta, diplomata e músico italiano do Renascimento. É reconhecido como fundador do pensamento e da ciência política moderna, pelo fato de haver escrito sobre o Estado e o governo como realmente são e não como deveriam ser. 
(2) (Queroneia , 46 a 126 d.C.). Filósofo e prosador grego do período greco-romano, estudou na Academia de Atenas (fundada por Platão). 
(3) Professor de teologia, escritor e pesquisador da área de espiritualidade e filosofia em Goiânia/GO. 
(4) simplesmente servidora pública de Capão da Canoa/RS, sem voz nem vez.

O genius loci no serviço público

É chegado o final de mais um ano! Oxalá todos possam ter sua consciência tranqüila diante dos atos praticados durante esse tempo. Para muitos é um momento de reflexão, para outros um momento de festa e alegria, para outros ainda um momento para repensar suas atitudes consigo mesmo e para com os outros.

Todos os dias deste ano nós assumimos o papel de sermos alguém na multidão. Dormimos. Acordamos. Fazemos nossa higiene. Alimentamo-nos e alimentamos alguém. Saímos de casa para trabalhar, estudar, rezar ou até mesmo passear. Por que fazemos tudo isso? De quem herdamos isso? A resposta é: tudo isso faz parte da nossa cultura.

Durante nossa caminhada do dia-a-dia, deparamo-nos com o nosso passado e muitas vezes nem o percebemos. A rotina do nosso dia-a-dia é um ensinamento que foi transmitido a nós pelos nossos antepassados. Você já parou para pensar que tudo que você é e será, produz e produzirá é fruto da experiência transmitida pela sociedade a você?

Tudo isso é fruto da experiência humana e, sendo a nossa cultura, nos fornece a direção do fazer, do pensar e do sentir.

O nosso comportamento diante dos fatos reflete aquilo que sentimos, pensamos e que podemos fazer tendo como parâmetros os valores éticos e morais a nós ensinados. Portanto, qual é o genius loci(¹) de uma pessoa nomeada a um cargo público?

Um cargo público pode ser exercido por pessoas nomeadas por direito (concursadas) ou por delegação de confiança (escolhidas temporariamente). Estas pessoas escolhidas para exercerem seus cargos temporariamente (cargos de confiança – na maioria são chefes, diretores, secretários e afins), não necessitam de comprovação de competência ou de antecedentes criminais, ou seja, sua conduta dentro da sociedade não é primordial para o exercício legal da função pública. Por outro lado, uma pessoa concursada para exercer, por direito, seu cargo público, necessita comprovar seus antecedentes criminais, declarar seus bens, passar por um estágio probatório de 3 anos, ou seja, tem que provar que é competente para aquele que é de “confiança”, além de ser vigiado e perseguido o tempo todo no seu local de trabalho, por pessoas de “confiança”. Se, então, o de “confiança” não for com a cara do concursado, a guerra está instaurada.

Quem não viu pela televisão manifestantes “favoráveis” ao Arruda (governador do DF) declararem que estavam ali por imposição dos seus chefes diretos (cargos de confiança)?

Este cenário, de dois pesos e duas medidas, foi criado e aprovado pela sociedade que ainda permite atônita, os governantes fazerem o que bem entendem sem a necessidade de serem transparentes em sua gestão. A transparência, além de ser uma previsão legal, é um instrumento ético e moral. O servidor público seja concursado ou de confiança é regido pelos princípios:

- da Legalidade (na Administração Pública, não há liberdade nem vontade pessoal. Enquanto na administração particular é lícito fazer tudo o que a lei não proíbe, na Administração Pública só é permitido fazer o que a lei autoriza. A lei para o particular significa 'pode fazer assim'; para o administrador público significa 'deve fazer assim’);

- da Impessoalidade (prevê que deve haver um tratamento sem desigualdades, sem favoritismos, nem perseguições. Os interesses pessoais não podem interferir na atuação administrativa. O tratamento por parte dos agentes públicos deve ser sem distinção);

- da Moralidade (tem-se que não é suficiente que o administrador cumpra estritamente a legalidade, mas que também, em seu exercício da função pública, respeite os princípios éticos de razoabilidade e justiça);

- da Publicidade (a ampla divulgação dos atos praticados pela Administração Pública, impõe a plena transparência na atividade administrativa, exatamente para que os administrados possam conferir se está bem ou mal conduzida. Na Administração Pública, só se admite o sigilo quando imprescindível à segurança da sociedade e do Estado);

- da Eficiência (constitui-se na imposição, à Administração Pública direta e indireta e aos seus agentes, à persecução do bem comum, por meio do exercício de suas competências de forma imparcial, neutra, transparente, participativa, eficaz, sem burocracia e sempre em busca da qualidade, primando pela adoção dos critérios legais e morais necessários para a melhor utilização possível dos recursos públicos, de maneira a evitar-se desperdícios e garantir uma maior rentabilidade social. O princípio da eficiência está relacionado com os princípios da moralidade e razoabilidade, entendendo que o administrador deve utilizar-se de critérios razoáveis na realização de suas atividades discricionárias e deve-se considerar como imoralidade administrativa ineficiência grosseira da ação da administração pública).

Todos os atos praticados pelo servidor público (concursado, de confiança ou escolhido pelo voto) que firam estes princípios e aos padrões morais e éticos, devem ser considerados atos de improbidade administrativa. Agir em benefício próprio, utilizando recursos públicos para atendimento de demandas pessoais, promover a imagem própria (vaidade política), lesar o erário, dentre outros, são exemplos de atos de improbidade administrativa. É improbidade administrativa, também, o abuso de poder, a pressão, a perseguição e o assédio (moral, sexual, político, administrativo, etc.).

Ser ético é agir de acordo com os valores morais de uma determinada sociedade, de acordo com sua cultura. A ética implica respeito ao cidadão, agir direito, proceder bem, sem infringir os ordenamentos jurídicos ou prejudicar os outros.

Se a cultura de uma sociedade é ser corrupta, a conduta ética e moral do servidor público será compatível. Se a cultura de uma sociedade é pelo bem comum, pela verdade e justiça, a conduta ética e moral do servidor público será baseada nestes princípios. Somente pela participação efetiva da sociedade por meio de instrumentos de gestão pública participativa é que poderemos ter a transparência dos atos administrativos públicos e governos mais éticos e morais, onde o resultado dos seus atos públicos será o bem comum e não os interesses pessoais ou políticos.


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(¹) A expressão genius loci, neste contexto, diz respeito ao conjunto de características sócio-culturais, de linguagem e de hábitos que caracterizam o comportamento de um ser humano e sua conduta na sociedade.


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